Eu gosto de mandar beijo
com exclamação. Aliás, acho tudo mais divertido com exclamação. Mas me
contenho, para evitar uma euforia descabida que alguém possa imaginar.
Eu me derreto com um
Português bem escrito, mas me divirto horrores ao conversar amenidades em
péssimas (mas nunca despercebidas) concordâncias plurais. Porque é mais
aprazível e engraçado assim, e o mais gostoso da vida para mim é fazer rir.
Eu lembro das coisas pelo
cheiro e, sentindo-o, experimento novamente até mesmo o sentimento à época
vivido. Olfato é definitivamente meu sentido favorito.
Eu tenho a transparência da
afeição que permite àqueles de quem não gosto terem clara noção de que, de
fato, não me agradam.
Eu não compreendo pessoas com
elogios na ponta da língua, impedindo-se de externá-los. Não entendo também o
que se passa na cabeça de quem, por vontade própria, opta por machucar – embora
também seja vítima dessa armadilha.
Eu acredito que as relações
de amizade verdadeiramente edificadas são preciosas demais para serem tomadas
com a leviandade que somos levados a crer ser-lhes natural.
Eu seria incrivelmente
infeliz sem música.
Eu tenho uma criticidade
aguda, que não isenta nem a mim mesma, e é desafio cotidiano mantê-la em níveis
saudáveis. Dela nascem antipatias gratuitas e ácidas (a mim e aos outros), como
aos dramáticos e àqueles que insistem em ter opinião formada sobre tudo.
Eu tenho uma queda
descomunal por bochechas e sorrisos de bebês. Vejo-os e lembro por meses,
nítido o bastante para lembrar até da cor dos olhos daquela criança.
Eu acredito que é preciso
doer com intensidade considerável para realmente se aprender algo valioso.
Acreditava existirem pessoas imunes ao aprendizado pela dor, mas as conheci
depois humanas demais para preservar-lhes a mesma fé.
Eu temo, quase que
diariamente, não ter tempo suficiente para fazer tudo que quero fazer nesta
vida.
Outro dia andava pela rua, e, já tendo lido estes escritos, me lembrei desse trecho "Eu me lembro das coisas pelo cheiro e, sentindo-o, experimento novamente até mesmo o sentimento à época vivido."
ResponderExcluirNa primeira vez que li, fiquei em dúvida se o olfato era também para mim meu sentido favorito.
Ainda não sei... mas certamente ele possui essa magia atemporal de nos alocar em uma situação nostálgica!
Adorei essa tal "Primeira pessoa do singular"
=]
Nossa, é o meu preferido com certeza!
ExcluirIndependente desse poder nostálgico, cheiros me influenciam completamente, inclusive a gostar mais ou menos de alguém. =)
Hahaha! Um pouquinho de egocentrismo, arrisco dizer que salutar. :D