terça-feira, 29 de outubro de 2019

Mariposas

Seduz pela pele, pois de encantos é vazia. Carece sempre cheirar bem e aparentar toques aveludados porque apenas a voz e a coleção de palavras que detém não prendem a atenção dos que buscam profundez para além da adolescência.
Arrisquei ser plateia por algum tempo, mas é que paciência nunca foi virtude minha – e esse não é tampouco o tipo de cena para a qual pago qualquer preço para assistir. Afinal, o sexo dela costumeiramente vem de graça.
Assim como Cissa, obviamente restolho de angústias genéricas de uma família quebrada. Das dores que geralmente avultam o caráter, fica a exceção protegida da hipnose resulta de quando volumosos em verdade são os beiços.
Sedutora. Encantadora, jamais.
Não tem borboletas no estômago, tem mariposas. Empoeirada, velha nos truques. Coração umbroso abrigando vinganças juvenis a quem acidentalmente lhe ameace a hegemonia da beleza.
Recolho-me a minha pele demasiadamente machucada e índole para além do questionável. Não tenho nada que ver com isso. Mas também não preciso pagar pelo ingresso.