sexta-feira, 27 de maio de 2011

Cães e Gatos


Seis Coisas que Aprendi com um Cachorro

1. Ao perceber o mínimo esboço de um sorriso no rosto de um estranho, pule e balance a cauda freneticamente, como se ninguém mais fosse capaz de lhe proporcionar felicidade igual.
2. Sempre que seu dono se ausentar, não coma, não durma, não brinque, não se permita ser feliz. Definhe-se tão rapidamente quanto seu coração o faz.
3. Rosne, lata, mostre os dentes e faça muito barulho assim que outro cachorro se aproximar de seu dono. Não pare até que ele vá embora.
4. Quando estiver a se divertir com seu dono, fique contente além da conta. Ame-o com a certeza de que ninguém o fará mais feliz e implore sempre por qualquer quantia mínima de atenção que ele puder lhe dar, mantendo sempre em mente que isso é a única coisa que o faz feliz de verdade.
5. Vá sempre correndo assim que seu dono murmurar o seu nome. Esteja sempre pronto para ir aonde ele estiver, no exato momento em que ele o chamar, e fazer o que ele bem entender (mesmo que isso seja buscar um graveto com a boca).
6. Contente-se com a vida assim. Seu dono é a melhor coisa que lhe aconteceu e você jamais vai sobreviver sem ele.
Seis Coisas que Aprendi com um Gato

1. Ao conhecer um estranho, meça-o de cima abaixo, já preparado para o que ele puder lhe fazer de pior. Ronrone e enrosque-se em sua perna somente depois de ele ter provado ser capaz de lhe trazer felicidade também.
2. Na ausência prolongada de seu dono, sinta falta de seu cafuné e da maneira como você se aconchegava ao redor dele e de como se faziam felizes. Mas, conforme o tempo passa, viva sua vida o mais regularmente possível, utilizando a rapidez com que a solidão toma conta de seu peito para acelerar sua busca por um novo alguém que também saiba lhe fazer feliz.
3. Jamais saia de perto de seu dono porque outro gato se aproximou dele. Mostre que é superior a ele sem se exaltar. Se o intruso não for embora, revele sua capacidade de se adaptar e demonstre que quem é amigo de seu companheiro pode ser seu amigo também.
4. Nos momentos felizes com seu dono, aproveite: dê e receba carinho sem medidas. Mas, assim que se cansar, permita-se tempo para dar uma volta e relaxar apenas com sua própria presença, concedendo também a ele esse momento de independência. Assim que bater a vontade, volte para mais um pouquinho dessa troca de carícias que é tão boa!
5. Vá até seu dono - correndo, andando... como a vontade mandar - quando bem entender (ou quando ele lhe chamar com muito jeitinho). Responda não somente a um nome, mas a todos os apelidos que ele lhe der, desde que a entonação seja de carinho e amor.
6. Contente-se com a vida que você tem porque ela é sua! Seu dono é um amor e você pretende tê-lo por perto enquanto fizerem bem um ao outro. Não se preocupe porque, se essa vida não estiver boa o bastante, você tem certeza de que será capaz de conseguir outra tão boa quanto no momento em que quiser.
"Nada é mais incômodo para a arrogância humana do que o silencioso bastar-se dos gatos. O só pedir a quem amam. O só amar a quem os merece. O homem quer o bicho espojado, submisso, cheio de súplica, temor, reverência, obediência. O gato não satisfaz as necessidades doentias do amor, só as saudáveis."

Artur da Távola