quarta-feira, 22 de fevereiro de 2012

Paradoxalmente Humano

– Jamais compreenderei.
– Não te cabe, realmente, neste momento.
– É incongruente… paradoxal… impróprio. E ainda assim habitual. Todos fazemos.
– É intervenção do orgulho, acredito. Quase que de maneira instintiva. O amor nos faz dependentes. E o animal não aceita tal destino; quer ser autônomo. E, como animal, agimos.
– Mas animais não amam. Permanece o paradoxo.
– Sim, permanece. Mas é que o homem vai sempre ter algo de divino e de animal ao mesmo tempo. O desafio é apropriar-se. Vê bem: preocupa-te o ímpeto que tens em destratar quem amas, justamente porque amas demais. Procuras o sentido porque não compreendes o que te leva a fazer sentir mal quem mais queres bem. E esse preocupar-se já contém muito do divino que não existe no próprio ato que repudias. E que praticas. Estás a caminho do aprimoramento.

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