domingo, 3 de julho de 2011

Novo Ataque do Coração

Quando se tem uma bagagem relativamente grande, passamos a ficar mais exigentes com quem escolhemos para ter por perto. Não basta apenas frequentar os mesmos lugares, conhecer as mesmas pessoas ou gostar das mesmas bandas. O coração pede objetivo. Aquela pessoa que vai estar ali para nos fazer bem, alguém que nos divirta de maneira atípica, ao mesmo tempo que constrói a vida com propósitos que, de tão parecidos, poderiam muito bem ser os nossos próprios.
É aquela pessoa que, sabemos bem, tem mil e um defeitos – poderíamos até citá-los em ordem alfabética! –, mas com nenhum que seja capaz de nos desanimar. Nenhum que consiga superar o bem estar que essa pessoa nos proporciona.
Então chega esse momento da vida em que já conhecemos muito bem nossa exigência. E andamos de mãos dadas com ela. É aquele ponto em que passamos a não aceitar nada menos que aquilo.
E é por isso que nos assustamos.
Assustamos quando percebemos que a exigência – aquela sábia e rígida exigência! –, que nos deixou na mão uma única vez há muito tempo, furou a guarda novamente.
E parece impossível demais para se acreditar, mas o fato é que chegou um novo perfeito alguém. Dessa vez, perfeito para quem somos agora, agarrados à nossa nova exigência.
E é péssimo admitir que fomos convencidos mais uma vez! Encarar o mundo inteiro e, a contragosto, reconhecer: “Vocês tinham razão. As coisas melhoraram de fato. Encontrei alguém que me faz mais feliz!” não é fácil.
Mas também é impossível não nos convencermos de uma coisa: estamos sofrendo um novo ataque do coração.

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